quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A História do Filé a Parmegiana, Conforme Me Foi Contado por Dona Otília Steiner Em Uma Modorrenta Tarde Em Itu



Certa vez, na casa de minha mãe, ela recebeu diversas amigas para um chá e uma delas era a Dona Otília, filha do Max Steiner, que fundou a Padaria Ituana, germen do Bar do Alemão.

Como eu frequentava o Bar do Alemão desde criança, com certeza nos Domingos de Páscoa, quando, depois do Estouro do Judas meu avô nos levava para, saindo da dieta de peixes, pudessemos encarar o Filé a Parmegiana, minha lembrança era que seriam dois bifes à milanesa, com mussarela entre êles e no topo, polvilhado por longos fios de queijo parmesão, em um denso molho de tomate. Atualmente é apenas um bife, sem o entremeio.

Infelizmente, essa questão específica ela não conseguiu esclarecer, porém contou como se originou o prato, que não faz parte da cozinha italiana, lá o prato é "melanzane alla parmigiana", feito com beringelas e não carne.

Ela contou que, finda a Segunda Guerra, vários oficiais retornaram da Itália e foram designados para o Quartel de Itu. Frequentavam o restaurante, cujo acesso se dava por uma porta ao fundo do salão da padaria, dotada de uma porta encimada pela cabalística forma "RESERVADO". A pièce de resistance era o filé da casa, alto, grelhado, com queijo ao meio, servido em molho (que eu imagino como uma variação de um Fillet au Cordon Bleu). Certa noite, um dos oficiais perguntou se poderia ser servido um "filé à parmegiana" e o descreveu: à milanesa, coberto de mussarela, com molho de tomate e queijo parmesão. O sr. Max Steiner tentou montar o prato com os ingredientes que já tinha pornto: o filé foi feito à milanesa, utilizou-se o molho ao sugo para macarrão, cobriu-se com mussarela e pouvilhou-se parmesão. A terrina foi levada ao forno rapidamente para fundir-se os queijos e foi servido. E assim nascera a lenda: o filé à parmegiana do Alemão.

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